domingo, 12 de agosto de 2012

Após a alta hospitalar...

Na segunda-feira dia 07 de novembro de 2011 eu me levantei aflita pra sair daquele lugar. Sentia uma vontade de descer ao C.O. e bater, falar poucas e boas aqueles médicos por tudo o que eles fizeram. Mas sabia que isso de nada adiantaria...
Minha mãe procurou a enfermeira pra tentar ver a minha alta, mas ela disse que só quando a médica chegasse e avaliasse é que ela veria se eu teria a alta. E cadê essa médica? Deu 8:00 am...9:00...E nada da médica.
Tomei coragem pra sair do quarto e pela primeira vez vi os corredores pois sempre passei por ali olhando pro teto, na maca. Fui andando apoiando na gradinha da lateral do hospital, meu andar não era tão bom, mas eu estava ali, forte o bastante para parecer que eu estava pronta para ter alta. "Eu vou andar normal, eu não vou ficar aqui....vou mostrar que estou ótima..."Pensei. Aquele lugar sem minha filha estava prendendo minha alma, era horrível, comecei a sentir repudia por aquele hospital...Parecia uma eternidade esperar por essa médica, e só as 11:00 ela chegou, me examinou, eu disse que estava muito dolorida  lá naquela parte intima sabe, ai ela disse que  como tiraram a bebe de dentro de mim usando as mãos lá e  um ferro (que esqueci o nome) a vagina sofreu uma depressão, só não ri porque não eram meus melhores dias, mas quando mais tarde contei ao Rafa ele disse que ia marcar um psicologo pra minha vagina, kkkk como ele é bobo, só ele pra me fazer rir com uma coisa dessas, rsrs...Até pesquisei na net porque achei estranho..vagina em depressão? hahaha, essas médicas..e era verdade, viu! rs
"Eliane, seus exames de sangue esta melhor, falta um pouco de ferro, mas te daremos algumas medicações para tomar e ira melhorar, mas não poderei lhe dar alta ainda pois o fisioterapeuta precisa te avaliar."
"Não Doutora"..Comecei a chorar desesperada, bem sentida com a  situação... "Florzinha, não faz isso, não chora assim, você  percebe se ao ficar em pé você esta mais firme?" (Só pelo florzinha eu já gostei dela, rs...Pessoal, fala se eu não estava carente, rsrs)..Gente eu tive uma crise tão mega louca de choro que ela resolveu me liberar, mas eu precisaria procurar um fisioterapeuta para avaliar minha condição, pois as dores na lombar estava me atacando, eu voltaria a andar normalmente mas parece que não podia forçar e precisava alongar, bla, bla, bla...eu só queria ir embora, isso eu via depois...
Na saída o Rafa trouxe três rosas, e dei a cada enfermeira que cuidou de mim com um carinho gigante, teve uma que encheu os olhinhos de lagrimas, e disse que quando eu tivesse o próximo bebe ela queria ver, que no próximo eu ia conseguir. Enquanto minha mãe pegava as bolsas com minhas coisas um pensamento ruim me veio  a mente, me dizendo que eu já não tinha lugar no mundo lá fora, o que eu ia fazer dali em diante sem a Isabella? Durante aquele período de parto, achei que eu não sairia de lá viva, tamanho foi a situação mal conduzida pelos médicos.
Enquanto meu cunhado colocava a TV no porta malas eu vi a claridade da rua, um dia claro, de sol, bonito. E  eu não via perspectiva alguma pra minha vida...Não foi fácil, não chorei mas parecia que todo o mundo estava diferente, era frustante sair dali sem minha pequena nos meus braços. 
Fomos pra casa da minha mãe porque onde morava tinha escada, ao chegar lá minha irmã Edileuza meu deu um "Oi Eliane", ela melhor que ninguém sabia que não tinha o que se dizer...meu irmão Edson também me deu um Oi Eliane...sem saber como agir...não tem o que falar nessas horas, e eu também não queria ouvir nada.
Nesta semana o Rafa não foi trabalhar pois como eu ainda não estava tão controlada emocionalmente e não conseguia andar sozinha sem apoio ele e minha mãe me ajudava a ir ao banheiro, pegar minha comida,  a tomar banho que ainda tinha de ser sentada, o que em torno das duas semanas seguintes melhorou, graças a Deus.
Nestas semanas eu preferi não receber visitas, não atender telefone,  pois as pessoas iriam perguntar, eu  não queria falar a respeito, ainda não tinha aceitado essa história de incompetência ou insuficiência istmo cervical, e além do que eu estava muito chorona. Meus seios estavam cheios de leite, mas como a médica disse para não mexer para não estimular, assim o fiz, até que começou a empedrar. Este foi um sofrimento a parte porque tive de tirar na bombinha, minha irmã teve de apertar bem os seios para começar a sair leite, eu com um pano na boca, chorava de berrar, além da dor que era gigante, o bico do seio rachou, pois eu não o tinha preparado, ainda bem que minha irmã teve pratica e me ajudou muito a tirar porque eu não tinha condições...foi assim quase um mês, até que a médica me deu um remédio pra secar o leite. Desde que sai do hospital tentei ir  na missa, mas não consegui ficar, menos de cinco minutos olhei para o altar e senti que toda minha dor estava sendo exposta ali, doeu tanto, comecei a chorar e fui embora com minha amiga Aline. Acho que naquele dia Deus queria começar a me curar pois a dor é gigante, mas eu não estava preparada para encarar. Eu e o Rafa ficamos mais reservados, então assistíamos tv, conversamos bastante, quando comecei a andar melhor nós fomos ao cinema, almoçamos fora..Meu namorido me fazia sorrir com o jeito brincalhão dele de ser, meu esposo me sustentou com o seu próprio coração neste tempo, pois ele também sentia pela perda da bebê e minha amiga Aline não saia do meu lado pra nada, sempre me ajudando com as milhões de ida a hospitais, e me fazendo companhia.
Em dezembro encaixotamos todos nossos moveis, novinhos...fomos morar na minha mãe, eu ainda tinha pericia no inss do tempo de internação e da licença maternidade, não podia mais morar em casa que tivesse escada, então iriamos morar lá por um período até eu voltar a trabalhar e encontrar uma casa plana. Agora eu queria resposta, o que realmente me ocorreu? Como é que o corpo de uma mulher feito para gerar não conseguia sustentar o peso de um bebê de 500 gramas? Eu não acreditava nisso...e passei a procurar por respostas..

5 comentários:

  1. Querida, quando passamos por um momento tão defícil o mundo parece grande demais pra nós né...
    mas temos sempre que lembrar que pra Deus tudo isso é tão pequenininho ... e como Ele é nosso Senhor nada, absolutamente nada, nos faltará.

    se você usa o msn, me adiciona?
    line.chrys@hotmail.com

    Beijinhos

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  2. Muiito linda e triste a sua historia , mas acredite que Deus tem grandes propósitos na sua vida!!!
    Obrigadaa pela visita no meu cantinho , que bom saber que os nossos microondas são bons, sabe quando a gente vai pelo preço e não pela qualidade, então a louca aqui fez isso e depois ficou morrendo de medo rsrs'
    estou super ansiosa pra ver tudo prontinho =D
    Sempre vou estar por aqui no teu cantinho , nem que seja só pra dizer um oi!?
    Beeijo=)

    http://umsonhoadois-danii.blogspot.com.br/

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  3. AAAAAAAAAAh e estava esquecendo muiito obrigada mesmo do fundo do meu coração pelo comentário no meu primeiro post ,a primeira vez de tudo é um pouco assustador e vc me deu uma força e tanto =D
    Obrigada mesmo . E que Deus te proteja ,te guie sempre e te cubra de bençãos .

    bjooos=)
    Fique com Deus !

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  4. oi querida... vim retribuir sua visita e me deparo com uma história linda e triste!
    Eu posso dizer q sei o q vc passou! E.. chorei lendo sua história e lembrando do que ja passei.
    Mas... Deus renova as nossas forças e nos dá um novo fôlego de vida!
    Vamos continuar crendo que NADA... NADA passará... até que as promessas do Senhor se cumpram nas nossas vidas!
    Vamos crer, amiga!

    Deus te abençoe

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  5. Oi querida, já estou seguindo seu blog, que historia linda a sua, mesmo triste mostra q vc é uma guerreira. Estou aqui torcendo pelo seu milagrinho, creia em Deus e o mais Ele fará! bjos!

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Beijos com asas,
Ely